terça-feira, 8 de outubro de 2013

O DIA DA REVOLTA

Embarcado num toca-toca a caminho da TGB (Televisão da Guiné-Bissau), ouvi histórias chocantes sobre rapto de crianças e de mulheres grávidas para extracção de órgãos. A estrada estava engarrafada. Motivo? Ninguém sabia.

Chegado à Chapa de Bissau, corria-se de um lado para o outro. Vendedores a juntarem as suas mercadorias; lojas a fecharem; militares e polícias a saltarem  de carros-patrulha. Ocorrera uma tentativa de rapto de uma criança, protagonizada por um nigeriano, informam jovens circunstantes. Das autoridades nem uma palavra.

Todos os caminhos iam dar à Chapa. Jovens revoltados não davam tréguas, arremessando pedras, garrafas. Militares e polícias atirando   para o ar para os dispersar.

Dizia-se que uma criança  tinha morrido em M'Pantcha na sequência de um rapto. Os jornalistas "voam" para lá. Aí chegados, são remetidos para Bissack, ainda com informações de que quatro corpos de crianças jaziam no cemitério de Antula. Os jornalistas acorrem ao lugar indicado em vão.

Notícias de rapto "choviam" por todos os lados. E novas de nigerianos mortos também.

Uma equipa de repórteres foi chamada ao bairro de S. Vicente Paulo (bairro que fica atrás do Ministério da Defesa Nacional) para testemunhar um acontecimento macabro:
Estava estendido ao comprimido um homem nu, por sinal nigeriano, espancado, apedrejado até às portas da morte (acabaria por morrer) por suposta tentativa de rapto de um miúdo.

"Fora, ECOMIB!", "Fora, Nigéria!", foram os slogans do dia da revolta.

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