terça-feira, 6 de agosto de 2013

GRANDE PARCEIRA A LUSÓFONA



No sábado de manhã desloquei-me às instalações da suspensa Universidade Amílcar Cabral (UAC), agora relançada (na sexta, 02 de Agosto), para assistir a uma reunião da Ordem dos Jornalistas, que viria a não ocorrer. De maneira que, fiquei do lado de fora, na companhia de um ex-aluno meu da UAC, agora jornalista radiofónico, para o compasso de espera pelos colegas. Durante quase uma hora, o tempo que decorreu a espera, assistimos ao transporte  de cadeiras e mesas (gastas, algumas com o tampo solto) das salas de aulas para serem postadas junto à entrada da Reitoria, aguardando embarque. "Que levassem tudo, desde que abandonassem de vez as instalações!", foi o que me veio à ideia. E pensamentos desses continuaram a afluir-me ao cérebro: "Safa, nunca mais se iam embora!" E logo eles que se tinham comprometido a 1 de Novembro de 2008, com o Governo de Carlos Correia, logo Carlos Correia, Combatente da Liberdade da Pátria (considerado não faz muito tempo, por um ex-aluno da Escola Piloto, sempre Ministro, como o "mais próximo de Cabral" dos que ainda restam, para justificar a sua retirada da corrida ao cargo de  presidente do PAIGC no próximo Congresso Ordinário a favor do "homi grande" ), a abandonar as instalações da UAC três anos volvidos.
Assim rezava o Quarto ponto do Termo de Acordo, documento que levou à hibernação da UAC, como se de um urso se tratasse:
«Como contribuição do Estado guineense no projecto, de forma a permitir o desenvolvimento gradual da Universidade Lusófona da Guiné, o Estado cede à COFAC (isto é, ao Grupo Lusófona, acrescento meu):
a) Temporariamente pelo período de três (3) anos as actuais instalações afectas à UAC;"…
 
O melhor mesmo desta história, com esta saída, enterra-se os restos mortais de uma parceria que nunca deveria ter existido, e a Lusófona vai brincar ao ensino superior para as suas próprias instalações, na falta de um Estado digno desse nome.
 
Da parceria com a Lusófona esperava-se:
- Assessoria científica e pedagógica;
- Livros, manuais pertinentes;
- Superação dos docentes, através de conferências, pós-graduações, mestrados, doutoramentos…;
- Expatriação de professores, ainda que poucos…
 
Ao invés, a Lusófona ficou-se, em traços gerais, pelo envio e apetrechamento do que se segue:
- Um administrador para gerir as contas da casa (propinas, transferências de fundos por parte do Estado…);
- Currículos portugueses, obviamente, desfasados da nossa realidade;
- Manuais escolares, poucos, na sua maioria insignificantes (pode-se dizer mesmo que havia mais romances que outra coisa);
- Carteiras e mesas, por sinal, em segunda mão;
- Poucos computadores…
 
Diz a experiência que ter amigos do género da Lusófona não se precisa de inimigos. A UAC bem pode passar sem a Lusófona.
 
Pode ser que a concorrência (uma Amílcar Cabral forte e recomendável, uma outra Escola Nacional de Administração sem Braima Sanhá, a Universidade Jean Piaget, que tem dado bons sinais…) ponha termo de vez a brincadeira da Universidade Lusófona da Guiné.
 
 



Nenhum comentário:

Postar um comentário