sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

KUMBA IALÁ NÃO DEIXA SAUDADES

O Ano Novo não podia começar melhor. Logo no seu primeiro dia não é que o eterno candidato Koumba Ialá anuncia ao país a sua "retirada da vida política e partidária" e a decisão "irrevogável" de não se candidatar às próximas eleições presidenciais e perfilar-se para a lista de "figuras de retaguarda" de um futuro senado, uma vez que, a seu ver, "o país precisa de homens grandes políticos e porque não, de homens grandes militares"! Contudo, a decisão, bem ao seu jeito, não deixa de ser contraditória, dado que no dia seguinte declarava o seu apoio ao candidato presidencial Nuno Nabian, tendo até prometido fazer campanha a seu lado. Ao que parece, a sua retirada inesperada da vida política foi forçada pela circunstância de ser uma carta fora do baralho do partido que até há bem pouco tempo liderou como um monarca absoluto - o Partido da Renovação Social (PRS). Koumba Ialá chegou ao mais alto cargo da nação guineense e o seu partido às rédeas do poder Executivo depois da guerra civil de 7 de Junho de 1998 por cansaço e desespero da família guineense, revoltada com o desgoverno do PAIGC, comandado por João Bernardo Vieira (Nino). A governação do PRS revelar-se-ia caótica (um nunca mais acabar de decretos presidenciais a exonerar e a nomear ministros; salários que não eram pagos e que continuam ainda por pagar - cerca de nove meses), corrupta (quem não se lembra dos "desvios de procedimento", da "serpente que engolia dinheiro"?!) e tribalista (com a errónea política de discriminação positiva a favor de uns quantos da etnia balanta até aí supostamente marginalizada em benefício da "gente da praça"). O Presidente Koumba Ialá acabaria golpeado por incapacidade e desvario. Ainda assim, não aprendeu com os anos da travessia do deserto. Nas últimas eleições presidenciais de 2012,apurado para a segunda volta, Koumba Ialá lidera o grupo dos cinco contestatários,que, diga-se de passagem, passou das marcas ao não respeitar a decisão final do Supremo Tribunal de Justiça(STJ). E como se fosse pouco, poucas horas antes do Golpe de Estado de 12 de Abril, véspera do início da campanha para a segunda volta do escrutínio, koumba Ialá faz um verdadeiro discurso de guerra ao anunciar que não haveria segunda volta para ninguém. E não houve mesmo! Pura coincidência?! Koumba Ialá sai de cena pela porta dos fundos, derrotado, temido, odiado e desprezado por muitos e muitos conterrâneos.

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