quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PRIMEIRO MINISTRO, CANDIDATO A CANDIDATO A PRESIDENTE


Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior
Ao apresentar-se como candidato a candidato do PAIGC para a eleição presidencial antecipada, a realizar-se já em Março, o Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior revela, mais uma vez (diga-se de passagem), uma ambição sem limites pelo poder e um certo desinteresse na resolução dos reais problemas da Guiné-Bissau, sobretudo, numa altura em que o país precisa de tudo menos de mais e mais divisão, de mais e mais instabilidade.
Se no plano jurídico esta candidatura, de todo despropositada, se afigura um "problemão", já que o Presidente Interino não pode fazer grande coisa, por restrições impostas pela Lei Fundamental, que lhe concede pouca margem de manobra (por exemplo, não pode nomear um novo Primeiro Ministro), no ético e moral não se apresenta menos gravosa e desastrosa, é que, relembre-se, (pode ser que alguém se tenha esquecido), a CADEIRA do Presidente está ainda "QUENTE DO SENTAR" DO PRESIDENTE MALAM BACAI SANHÁ, um irmão, um camarada do Partido, do PAIGC, liderado por... Carlos Gomes Júnior, Primeiro Ministro. Não faz sentido!
Mesmo que a Constituição não diga, preto no branco, que um Primeiro Ministro pode ou não candidatar-se à Presidência da República, este deve abster-se de  ir a votos, porque, como escreveu e bem, Sir Thomas Moore, no seu famosíssimo livro "Utopia",  "NUM PAÍS CIVILIZADO (de pessoas éticas, ku sintido) HÁ POUCAS LEIS". Não deixa de ser curioso que a nossa sabedoria popular diga o mesmo, mas, por outras palavras: PECADUR E SINTIDO. O que é facto é que não se pode legislar para tudo e para nada e mesmo que se legislasse para tudo e para nada ficaria sempre algo de fora, algo por legislar (algo é favor, uma vez que se trataria sempre da parte submersa de um iceberg, ou seja, a parte maior), visto que as sociedades e o mundo são tão dinâmicos que não há legislador que chegue para as encomendas.
O Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior devia antes aproveitar o pouco tempo que lhe sobra da legislatura para maximizar a sua fama de "fazedor" e fazer mais e melhor pela Guiné e esquecer, pelo menos para já, a Presidência da República. Todos ficávamos a ganhar.

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