quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
LER JOMAV NAS ENTRELINHAS
No discurso à Nação, por ocasião do fim do ano 2015, o Presidente JOMAV disse não fazer tenção de dissolver a Assembleia Nacional Popular (ANP) pelas consequências que daí resultariam. Alguns dos nossos conterrâneos aplaudiram a suposta boa nova. E aquando dos cumprimentos de Ano Novo assegurou não se imiscuir no jogo político dos partidos face ao momento político. E agora pergunto eu: como é que o Presidente JOMAV se da ao luxo de não interferir, se o país está à beira de uma nova e grave instabilidade governativa?! Como não bater a mão na mesa e dizer “NÃO E NÃO!!!”, sendo ele o garante da estabilidade?!
E sabendo nós que são os 15 deputados do PAIGC, seus próximos, ainda por cima, e o PRS (que ele deu o poder de mão beijada, por altura do governo de 48 horas, de sua iniciativa) que estão a deitar tudo a perder;
Sabendo nós que foi ele quem acabou com o casamento entre o PRS e o PAIGC, lançando o país para a actual instabilidade com a queda do Governo de Domingos Simões Pereira (DSP)!
A sua anunciada aposta em não deitar abaixo a ANP percebe-se na perfeição: ele não mexe uma palha que seja para salvar o país; o Governo de Carlos Correia cai e faz-se uma espécie de reedição do seu governo de 48 horas. O PRS, no papel de jagudi, apossa-se da parte de leão do poder até ao fim da legislatura. Quanto aos deputados do PAIGC, seus próximos, alguns vão para o governo, outros ficam no parlamento. E o PAIGC fica a ver navios (e não tarda muito, JOMAV e os seus próximos assenhoreiam-se do partido libertador, apostados na estratégia de diabolizaÇão do DSP).
Foi o que aconteceu em Portugal com a subida ao poder do PS, de António Costa, dizem inocentemente ou demagogicamente alguns conterrâneos nossos.
Contudo, o Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que fez ruir o Governo de JOMAV não deixa espaço para dúvidas:
- A coligação faz-se entre partidos;
- Não há figura de deputados independentes;
- Um governo de Iniciativa Presidencial está fora de questão;
- Nesta legislatura o Poder Executivo, quer se queira, quer não, é do PAIGC ;
- O PAIGC tem uma maioria confortável que lhe permite governar à-vontade.
Assim, se tiverem a veleidade de derrubar, de novo, o Governo do PAIGC (ao que tudo indica, vão deita-lo abaixo na próxima segunda-feira, 18 do mês corrente), só nos restará ir à eleições antecipadas. E JOMAV teria de arcar com o ónus do escrutínio.
Recorde-se que o Presidente JOMAV perdeu a batalha de impor o seu governo. Não desiste. Pode ser que desta vez perca a luta, perdendo o poder a favor da democracia e dos guineenses.
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