segunda-feira, 26 de março de 2012

N'NA ROSA

A minha vizinha de sempre,
Sempre sorridente.
Mãe de muitos filhos e de muitas filhas.
Filhas que foram desaparecendo,
Uma atrás da outra,
Misteriosamente,
Até acabarem.

N'Na Rosa sofre, sofre.
Consola com os filhos varões que ainda lhe restam.


N'Na Rosa,
Minha vizinha de sempre,
Sempre sorridente.
Conformada com os desígnios do Mistério.


A última vez que a vi,
N'Na Rosa,
Minha vizinha de sempre,
Sempre sorridente,
Foi na feira.
Pega numa lâmpada e diz-me, cordialmente,
Sorridente como sempre:
Selo, abo que na pagal.
E paguei,
Com o maior dos prazes.


Depois das filhas,
Agora é a N'Na Rosa,
A minha vizinha de sempre,
Sempre sorridente,
Que parte,
Para sempre,
Para juntos das filhas,
Para também descansar,
Por culpa de um carro mal conduzido.


N'Na Rosa,
A minha vizinha de sempre,
Sempre sorridente,
Recuso-me a dizer-lhe adeus,
Porque continua bem viva na minha memória,
Sorridente,
Agora mais do que nunca.

Mantenha pa nha irmãs.

Descansa, N'Na Rosa,
Nha vizinha de sempre.


Mansoa, 24 de Março de 2012
N'Na Rosa morreu a 22 de Março de 2012

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